Na última quinta-feira, 24 de outubro, o auditório do Sicomércio, em Camaçari, se encheu de algo raro e precioso: presença. Não só física, mas emocional, afetiva e poderosa. No evento “Mulheres que Inspiram: Histórias de Superação, Conscientização e Prevenção”, o que se ouviu foram vozes de coragem. O que se viu foram olhos brilhando. E o que se sentiu foi a força de ser mulher.
Organizado por Célia Santana, Karla Calazans e Juranildes Araújo, o encontro fez jus ao nome. Foi mais do que um evento — foi um respiro para quem precisava lembrar que está viva, que não está sozinha, e que, sim, é possível renascer das próprias dores.
Ali, cada história foi um farol. Vera Lúcia Nascimento, empreendedora da Primavera Produtos Naturais, não falou só da sua luta contra o câncer. Ela contou como, mesmo quando a vida tenta calar, a gente pode escolher cantar mais alto. E cantou.
Marinalva Vencedora não precisa de sobrenome. Seu nome já é missão. Coordenadora do projeto Amigas do Peito, ela levou ao palco a força de quem não só venceu, mas decidiu puxar outras mulheres pela mão — uma por uma — para que ninguém ficasse para trás.
Jaqueline Vieira, psicanalista, não deu uma palestra. Ela costurou palavras que viraram colo. Fez da escuta um abraço e da fala um gesto de empatia.
Tiveram também inspirações silenciosas e fundamentais, como Cris Couto, esteticista que transforma cicatrizes em arte com seu projeto de reconstrução da mama através da micropigmentação. Ou Elisângela Oliveira, que trouxe seu projeto Peruca Solidária — onde cada fio devolve um pouco da autoestima que o câncer tenta levar.
E o mais bonito? É que nenhuma delas quis brilhar sozinha. Cada fala era um convite para outra voz surgir, para outra mulher se reconhecer. Foi uma ciranda de inspiração. Um movimento em que todas se tornaram espelho uma da outra.
E teve homem, sim. Teve o vice-presidente do Sicomércio, João Almeida, lembrando que apoiar a saúde feminina é também papel dos homens. Porque quando eles caminham junto, a luta ganha mais alcance e mais sentido.
Ah! E como todo encontro entre mulheres tem seu toque de carinho, ainda teve sorteio de livros, perfumes e joias. Porque sim, a gente também merece mimo.
Mas o que ninguém sorteou — e todo mundo ganhou — foi coragem. Foi afeto. Foi inspiração.
No Diário Dela, a gente não apenas noticia. A gente escreve para lembrar que, no meio de tanta luta, existem mulheres que brilham e que inspiram — simplesmente por serem quem são.