📉 Dólar sobe, Ibovespa cai e clima comercial se agrava entre Brasil e EUA
O mercado financeiro brasileiro iniciou a semana em alerta: o dólar disparou e o Ibovespa caiu, refletindo o aumento das tensões comerciais com os Estados Unidos.
O estopim foi a decisão do governo norte-americano de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou duramente a medida, afirmando que é uma ação protecionista e que desrespeita acordos internacionais.
Haddad declarou que, caso os EUA não recuem ou não ofereçam anistia parcial, o Brasil responderá com a mesma força, impondo também tarifas de 50% sobre produtos norte-americanos. Ele ainda alertou que a taxação poderá gerar impacto direto sobre exportações brasileiras e prejudicar setores estratégicos da economia.
Em meio à crise, o presidente Lula anunciou que criará um comitê com empresários brasileiros para traçar estratégias diante do cenário externo e revelou que poderá acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as medidas dos EUA.
Nos bastidores, circula a hipótese de que a recente viagem de Eduardo Bolsonaro aos Estados Unidos teria contribuído para o agravamento do clima diplomático. Segundo fontes, postagens feitas por ele em redes sociais foram mal recebidas pelo governo americano e vêm sendo alvo de críticas internas até dentro do seu próprio partido.
O Congresso Nacional também se pronunciou sobre o impasse. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP) defenderam a necessidade de proteger a economia nacional e pediram diálogo diplomático entre os dois países.
“É hora de união institucional. O Brasil precisa se proteger, mas sem fechar portas para o entendimento internacional”, afirmou Alcolumbre.Enquanto isso, o ex-presidente norte-americano e atual candidato, Donald Trump, sinalizou que a anistia parcial a produtos brasileiros pode ser um dos pontos que favoreçam um eventual acordo. A declaração foi vista como um indicativo de abertura para negociação, embora ainda sem efeitos práticos imediatos.
A escalada da crise aumenta a pressão sobre o Planalto, que tenta equilibrar a resposta diplomática com os efeitos econômicos que já se refletem nos índices do país.
