A Primeira Turma do STF volta à cena nesta sexta (25) para retomar o julgamento de Débora Rodrigues dos Santos — sim, a mulher que pichou “Perdeu, mané” bem na estátua da Justiça, aquela que fica firme, cega e de espada em punho na frente do Supremo.
Foi no fatídico 8 de janeiro, dia em que Brasília viu seus Três Poderes virarem alvo de um vandalismo escancarado, com invasão, depredação e muito retrocesso. No meio desse caos, Débora virou símbolo — mas não pelos motivos que se orgulharia.
O julgamento tinha sido pausado após o ministro Luiz Fux pedir mais tempo pra pensar (o tal “pedido de vista”). Agora, a análise volta à pauta, e o futuro dela começa a ser definido de fato.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já deu seu veredito: ele quer a condenação de Débora. E não está sozinho — o ministro Flávio Dino também já deixou claro que acompanha o voto.
E o que ela está enfrentando?
Débora está sendo julgada por cinco crimes, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República. E não é pouca coisa:
- Tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito com violência – de 4 a 8 anos de prisão.
- Golpe de Estado – de 4 a 12 anos de cadeia.
- Associação criminosa – de 1 a 3 anos.
- Dano qualificado – entre 6 meses e 3 anos, por destruir patrimônio da União com violência.
- Deterioração de patrimônio tombado – também de 1 a 3 anos.
Tudo isso por um ato que foi mais do que um “protesto”: foi uma afronta ao próprio símbolo da Justiça.
Uma mulher contra o Estado
Enquanto os ministros avaliam se a Justiça vai dar o troco ou não, a imagem de Débora diante da estátua pichada virou uma espécie de retrato de um Brasil dividido. Uma mulher diante de uma estátua feminina, mas com intenções opostas: uma quis calar a democracia, a outra representa sua defesa.
O julgamento de Débora é mais do que um caso individual. É um marco de como o país escolhe lidar com seus próprios fantasmas — e, principalmente, com quem tentou dar as costas para a Constituição