Já tá mais do que na hora de aposentar aquele velho ditado de que “mulher é o sexo frágil”. Frágil é a paciência de quem ainda insiste nessa ideia. Porque quem conhece o dia a dia de mulheres como Edimar e Aurora sabe: ser mulher é acordar todo dia com um mundo nas costas — e ainda encontrar espaço pra sonhar, servir, recomeçar.
📚 Edimar: 61 anos de garra e amor pelas escolas
Em 1974, enquanto muita gente ainda aprendia a escrever o próprio nome, Edimar Freitas Miranda Moreira já dava os primeiros passos como servidora pública em Serra — com apenas 14 anos. Começou como auxiliar de professora, incentivada pelo tio, depois da separação dos pais.
“Eu trabalhava e estudava o dia todo”, lembra, com aquele brilho nos olhos de quem sabe que a vida foi dura, mas a caminhada valeu a pena.
Hoje, com mais de 40 anos de serviço, viúva, mãe de quatro filhos e formada com mais de 50 anos, Edimar segue de pé, firme, com um amor imenso pela missão de servir. “A escola é o meu lugar. Me dá orgulho ver ex-alunos crescendo, seguindo caminhos lindos. Saber que fui parte disso, me realiza”.
E enquanto o corpo aguentar, ela quer continuar. Porque pra Edimar, trabalho é mais que sustento — é vocação.
Na próxima segunda (08), ela será homenageada pelo tempo de serviço e pela história que inspira gerações. E, sinceramente? Ela merece todas as palmas.
🌺 Aurora: da dor à liberdade
Já Aurora (nome fictício), precisou enfrentar um outro tipo de batalha — dessas que ninguém vê nos jornais, mas que marcam a alma.
Tudo começou como um conto de fadas moderno: um homem carinhoso, promessas de amor, noivado… até que vieram os ciúmes, os gritos, os empurrões. A cada pedido de desculpas, uma nova ferida.
“Ele me agredia, depois dizia que era estresse, que me amava”, contou Aurora. O ciclo de violência quase a calou pra sempre. Faltando três semanas pro casamento, ela disse não — e disse por ela.
Mesmo ameaçada com arma, foi até a polícia, buscou ajuda, enfrentou o medo. Hoje, com apoio psicológico e rede de apoio, Aurora respira liberdade. “Me libertei da culpa. Entendi que eu era vítima. Hoje, sou outra mulher”.
Essas duas histórias são só um retrato da força que tantas mulheres carregam todos os dias em Camaçari — nos ônibus, nas escolas, nas ruas e dentro de casa. São histórias de resistência, de superação e de orgulho.
Porque no Diário Dela, a gente sabe: mulher nenhuma é frágil. Ela é fogo, é afeto, é fúria e flor.